UM ALGUÉM NA MULTIDÃO

Em meio a multidão que lotava as ruas para as compras de Natal, um homem, estatura mediana, vestido com roupas simples andava entre as pessoas. Passava despercebido, mas atentava a cada reação diante das vitrines. Observou quando uma mulher contou o dinheiro, quantia insuficiente para a compra e se foi… Percebeu quando um casal saiu de uma loja com vários embrulhos; viu quando um menino se aproximou de uma loja contemplando um carrinho. Sentiu um esbarrão de alguém que parecia ter pressa, pediu desculpas e encontrou um rosto raivoso. Em sua jornada, notou uma moça sentada num banco, pareceu limpar uma lágrima teimosa. O Homem sentou-se ao seu lado e simplesmente sorriu. Logo depois se levantou e continuou a jornada. Aquele sorriso iluminou a mente da moça que sofria a dor de uma perda. Na próxima esquina, Ele notou várias crianças de rua, calmamente se aproximou… Estranhamente aqueles meninos sentiram que o conheciam de algum lugar. Em silencio, o Homem pediu um pedaço do pão que compartilhavam. Um deles atendeu. Ele fechou as mãos em torno do pão e se foi. Logo um carro parou próximo e várias pessoas soltaram com muita comida e presentes. Na sequencia da jornada, o Homem percebeu quando um casal que brigava enquanto uma menina tapava seu rosto. Ele se aproximou e pegou a criança no colo. O pai ao notar a cena, veio ao encontro. O Homem então, estendeu a criança para o pai que notou naquele momento o mal que cometia contra a filha…
Mais a frente o Homem se deparou com uma comemoração. Todos bebiam e comiam… Pareciam felizes… Até que um deles notou a presença. Foi até o Homem e disse: “Desculpe amigo, mas esta comemoração de Natal é particular. Não aceitamos estranhos”. Ele concordou com um gesto e continuou a jornada.
A Jornada do homem continua… Em cada rua; em cada beco; cada lar seja um castelo ou casebre… Mesmo ignorado, Ele faz questão de nos encontrar.
Pense nisso… FELIZ NATAL!

Ubirajara Oliveira
Recanto das Letras

História do Cristo Redentor

A cidade do Rio de Janeiro tem inúmeros cartões-postais. Um dos mais icônicos é o Cristo Redentor, famoso por ser uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno. Mas quando esse monumento foi criado? Por quem? Como ele foi feito? Veja todos os detalhes!

Tudo começou em 1859, quando o padre lazarista francês Pierre-Marie Boss, da Igreja do Colégio Imaculada Conceição, teve o sonho de construir um monumento religioso no alto do Monte Corcovado, que tem 710 metros de altura. O padre registrou essa ideia no livro “Imitação de Cristo”, de 1903.

A proposta do padre começou a materializar-se nos preparativos para o centenário da Independência do Brasil, celebrado em 1922. Um ano antes foi aberta uma disputa entre os projetos para o monumento. O vencedor foi Heitor da Silva Costa.

Nessa mesma época, mais de 22 mil mulheres fizeram um abaixo-assinado para pedir ao presidente do Brasil da época, Epitácio Pessoa, autorização para a construção do monumento.

A ideia era a de que o Cristo fosse construído apenas com doações dos brasileiros. Com essa finalidade, em 1923, a Arquidiocese do Rio de Janeiro lançou a semana do Monumento, na qual foram arrecadados mil contos de réis. Anos depois, foram feitas novas arrecadações. No total, a construção custou 2.500 contos de reis, o que equivale a R$ 9,5 milhões1.

Os criadores do Cristo Redentor são o desenhista Heitor da Silva Costa, o pintor Carlos Oswald e o escultor Maximiliam Paul Landowsky, que esculpiu a cabeça e as mãos do monumento.

O Cristo Redentor encontra-se de braços abertos, formando uma cruz, e tem 38 metros de altura, o que equivale a um edifício de 13 andares. Desse total, 30 metros são do monumento e oito do pedestal. Cada braço tem área de 88 metros quadrados e o pé mede 1,35 metro. Somente a cabeça pesa 30 toneladas.

O monumento foi construído no Brasil, exceto a cabeça e as mãos, que foram moldadas em Paris, na França. O corpo de Cristo foi feito de pedra-sabão, que foi cortada em milhares de triângulos. Eles foram colados à mão sobre um tecido e, depois, aplicados na estátua por pastilheiros.

A única parte projetada para o interior da construção é o coração do Cristo Redentor, que mede 1,30 metro. O interior é composto por 12 platôs, ligados por escadarias, formando andares que se abrem nos braços e na cabeça. O monumento está preparado para resistir a ventos de até 250 km/h.

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O Cristo Redentor foi inaugurado no dia 12 de outubro de 1931 e contou com a presença de peregrinos do mundo todo.

Por Silvia Tancredi
Equipe Brasil Escola

Baronesa de Grajaú

UM DOS CRIMES DA BARONESA DE GRAJAÚ

Dona Anna Rosa Viana Ribeiro, casada com o médico Dr. Carlos Fernando Ribeiro, chefe do Partido Liberal da Província do Maranhão e pessoa de alto conceito na sociedade ludovicense, que chegou a exercer a presidência da Província, como foi agraciado, mais tarde, com o título de Barão do Grajaú, por D. Pedro II.

Anna gozava, entretanto, da fama de ser mulher geniosa e ciumenta. Um dos seus atos criminosos seu deu no Engenho Gerijó, em Alcântara, um dos mais importantes estabelecimentos da época no Maranhão. O caso aconteceu com a escrava de nome Militina, cuja beleza e o brilho dos dentes perfeitos despertaram a admiração do Barão de Grajaú. Um dia enquanto a escrava servia a mesa do jantar, o mesmo teceu elogios. A baronesa, então, enciumada, mandou arrancar um a um, todos os dentes da escrava com uma torquês.

LOPES, Alcântara: subsídios para a história da cidade, 2002.

Imagem: Coluna do Sarney Archives
Texto: Denilson Ribeiro Campelo ( Facebook )

 

Saber Viver

Não sei… Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,

Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura… Enquanto dura

Desconhecido

O SENADO BRASILEIRO DESTITUIU DILMA ROUSSEFF

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BRASILIA (Reuters) – Le Sénat brésilien s’est prononcé mercredi en faveur de la destitution de Rousseff, qui n’a pas renoncé à se battre pour conserver son poste.

O Senado brasileiro votou quarta-feira em favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, que não tinha desistido de lutar para manter seu cargo.

EL PAÍS :

O afastamento definitivo de Dilma Rousseff da Presidência da República é sem dúvida o capítulo mais vergonhoso da história política brasileira. Acusada de praticar uma manobra contábil, as chamadas “pedaladas fiscais”, contra ela não foram levantadas quaisquer suspeitas de enriquecimento ilícito ou aproveitamento do cargo em benefício próprio, ainda que sua vida, privada e pública, tenha sido vasculhada com lupa por seus adversários. Se ela cometeu crime de responsabilidade, também o fizeram e deveriam perder o cargo 16 dos 27 atuais governadores, que usaram o mesmo artifício para fechar as contas em seus estados.

Com uma coragem e altivez poucas vezes vistas na política brasileira, a presidente Dilma Rousseff enfrentou 14 horas de interrogatório nas dependências do Senado. Inutilmente, ela sabia, porque o resultado daquela farsa já havia sido decidido muito antes, nos bastidores, envolvendo as mais inconfessáveis negociações. Sentada em frente ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski, Dilma não enfrentava somente o rancor da elite contrariada, mas também todos os preconceitos existentes contra as mulheres, principalmente aquelas que não aceitam submeter-se ao poder patriarcal.

Blindada por uma força extraordinária, Dilma ousava afirmar que, como ser humano passível de equívocos, errou algumas vezes durante o exercício de seu mandato. Assentada em utopias, Dilma ousava afirmar que continua acreditando na luta por um Brasil mais justo. Somos medíocres, não atrevemos sonhar; somos hipócritas, não admitimos assumir nossas falhas. Cassar arbitrariamente o mandato da presidente Dilma Rousseff significou um ato de cinismo covarde contra o desejo manifestado nas urnas por 54.501.118 brasileiros. A isso se chama golpe de estado.

LE MONDE :

“Se esse não é um golpe de Estado, é no mínimo uma farsa. E as verdadeiras vítimas dessa tragicomédia política infelizmente são os brasileiros.”

Humberto Costa on Instagram:
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O MULHERÃO – Martha Medeiros

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Peça para um homem descrever um mulherão. Ele imediatamente vai falar no tamanho dos seios, na medida da cintura, no volume dos lábios, nas pernas, bumbum e cor dos olhos. Ou vai dizer que mulherão tem que ser loira, 1,80m, siliconada, sorriso colgate.

Mulherões, dentro desse conceito, não existem muitas: Vera Fischer, Malu Mader, Letícia Spiller, Adriane Galisteu, Lumas e Brunas.

Agora pergunte para uma mulher o que ela considera um mulherão e você vai descobrir que tem uma em cada esquina.

Mulherão é aquela que pega dois ônibus para ir para o trabalho e mais dois para voltar, e quando chega em casa encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome.

Mulherão é aquela que vai de madrugada para a fila garantir matrícula na escola e aquela aposentada que passa horas em pé na fila do banco para buscar uma pensão de 100 reais.

Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários de segunda a sexta, e uma família todos os dias da semana.

Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento.

Mulherão é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquia, que faz dieta, que malha, que usa salto alto, meia-calça, ajeita o cabelo e se perfuma, mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista.

Mulherão é quem leva os filhos na escola, busca os filhos na escola, leva os filhos na natação, busca os filhos na natação, leva os filhos para a cama, conta histórias, dá um beijo e apaga a luz.

Mulherão é aquela mãe adolescente que não dorme enquanto ele não chega, é quem de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite.

Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo, é quem faz serviços voluntários, é quem colhe uva, é quem opera pacientes, é quem lava roupa para fora, é quem bota a mesa, cozinha o feijão e à tarde trabalha atrás de um balcão.

Mulherão é quem cria os filhos sozinha, quem dá expediente de 8 horas e enfrenta menopausa, TPM e menstruação. Mulherão é quem arruma os armários, coloca flores nos vasos, fecha a cortina para o sol não desbotar os móveis, mantém a geladeira cheia e os cinzeiros vazios. Mulherão é quem sabe onde cada coisa está, o que cada filho sente e qual o melhor remédio para azia.

Lumas, Brunas, Carlas, Luanas e Sheilas: mulheres nota 10 no quesito lindas de morrer, mas mulherão é quem mata um leão por dia.

Fonte: Amor Contado (Renata Pereira)
Imagem: Images de Mulherão (Martha Medeiros)


O PRESENTE DE NATAL

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 Certa vez, um menino acordou em uma véspera de Natal, muito contente, pois uma data muito importante estava para chegar. Era o dia do aniversário do menino Jesus, e é lógico, o dia em que o Papai Noel vinha visitá-lo todos os anos.

Esperava ansiosamente o cair da noite, para voltar a dormir e olhar o seu pé de meia que estava frente a porta, pois não tinha árvore de Natal. Dormiu muito tarde, para ver se conseguia pegar aquele “velhinho”, mas como o sono era maior do que sua vontade, dormiu profundamente. Na manhã de Natal, observou que seu pé de meia não estava lá, e que não havia presente algum em toda a sua casa.

Seu pai desempregado, com os olhos cheios de água, observava atentamente o seu filho, e esperava tomar coragem para falar que o seu sonho não existia, e com muita dor no coração o chama:

– Meu filho, venha cá !
– Papai?
– Pois não, filho?
– O papai Noel se esqueceu de mim?
O pai abraça seu filho…
– Ele também esqueceu do senhor, papai?
– Não meu filho…o melhor presente que eu poderia ter ganho na vida está em meus braços, e fique tranquilo, pois eu sei que o papai Noel não esqueceu de você.
– Mas…todas as outras crianças vizinhas estão brincando com seus presentes…acho que ele pulou a nossa casa…
– Pulou não, meu filho…

Os dois foram caminhando sem rumo, até chegar num parque e ali passearam, brincaram e se divertiram durante o resto do dia, voltando somente no começo da noite.

Chegando em casa, já muito cansado, o menino foi para seu quarto e escreveu um bilhete para papai Noel:

“Querido Papai Noel,
Quero agradecer o presente que o senhor me deu. Desejo que todos os Natais que eu passe, faça com que meu pai esqueça seus problemas e que ele possa se distrair comigo, passando uma tarde maravilhosa como a de hoje.
Obrigado pela minha vida, pois descobri que não são brinquedos que me fazem feliz, e sim, o verdadeiro sentimento que está dentro de nós, que o senhor desperta nos Natais.
Obrigado.”

…e foi dormir…

Entrando no quarto para dar boa noite ao seu filho, o pai viu o bilhete, e a partir desse dia, não deixou que os seus problemas afetassem a felicidade dele, e começou a fazer que todo dia fosse um Natal para ambos.

Fonte do texto: Refletir Para Refletir
Imagens : All-free-dounload.com
Just Mami





 

A COR DA SAUDADE

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Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo.
Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado.
Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão-se embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades… As suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava. Certa vez voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão…
Menina, eu venho das montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco do encanto que vi, como presente para ti…
E, assim, ele começava a cantar as canções e as histórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.
Outra vez voltou vermelho como o fogo, penacho dourado na cabeça.
Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. As minhas penas ficaram como aquele sol, e eu trago as canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.
E de novo começavam as histórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isto voltava sempre.
Mas chegava a hora da tristeza.
Tenho de ir dizia.
Por favor, não vás. Fico tão triste. Terei saudades. E vou chorar…— E a menina fazia beicinho…
Eu também terei saudades dizia o pássaro. — Eu também vou chorar. Mas vou contar-te um segredo: as plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios… E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera do regresso, que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado. E tu deixarás de me amar.
Assim, ele partiu. A menina, sozinha, chorava à noite de tristeza, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa dessas noites que ela teve uma ideia malvada: “Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá. Será meu para sempre. Não mais terei saudades. E ficarei feliz…”
Com estes pensamentos, comprou uma linda gaiola, de prata, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera. Ele chegou finalmente, maravilhoso nas suas novas cores, com histórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu. Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola, para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.
Acordou de madrugada, com um gemido do pássaro…
Ah! menina… O que é que fizeste? Quebrou-se o encanto. As minhas penas ficarão feias e eu esquecer-me-ei das histórias… Sem a saudade, o amor ir-se-á embora…
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas não foi isto que aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ficando diferente. Caíram as plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar.
Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava. E de noite ela chorava, pensando naquilo que havia feito ao seu amigo…
Até que não aguentou mais.
Abriu a porta da gaiola.
Podes ir, pássaro. Volta quando quiseres…
Obrigado, menina. Tenho de partir. E preciso de partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro de nós. Sempre que ficares com saudade, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudade, tu ficarás mais bonita. E enfeitar-te-ás, para me esperar…
E partiu. Voou que voou, para lugares distantes. A menina contava os dias, e a cada dia que passava a saudade crescia.
Que bom pensava ela o meu pássaro está a ficar encantado de novo…
E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos, e penteava os cabelos e colocava uma flor na jarra.
Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje…
Sem que ela se apercebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado, como o pássaro. Porque ele deveria estar a voar de qualquer lado e de qualquer lado haveria de voltar. Ah!
Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama…
E foi assim que ela, cada noite, ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento: “Quem sabe se ele voltará amanhã….”
E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro.
Rubem Alves
Imagem : Nosso Cantinho de Reflexão

 

 

 


 

 


 

O GAROTO E A ROSA

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O estacionamento estava deserto quando me sentei para ler embaixo dos longos ramos de um velho carvalho.
Desiludido da vida, com boas razões para chorar, pois o mundo estava tentando me afundar. E se não fosse razão suficiente para arruinar o dia, um garoto ofegante  se aproximou, cansado de brincar.
Ele parou na minha frente, cabeça pendente, e disse cheio de alegria:
”Veja o que encontrei”.
Na sua mão uma flor, e que visão lamentável, pétalas caídas, pouca água, ou luz. Querendo me ver livre do garoto com sua flor, fingi pálido sorriso e me virei. Mas ao invés de recuar ele se sentou ao meu lado, levou a flor ao nariz e declarou com estranha surpresa:
-“O cheiro é ótimo, e é bonita também… Por isso a peguei; tome, é sua”.
A flor à minha frente estava morta ou quase morrendo; nada de cores vibrantes como laranja, amarelo ou vermelho, mas eu sabia que tinha que pegá-la, ou ele jamais sairia de lá.
Então me estendi para pegá-la e respondi:
– Era o que eu precisava?
Mas, ao invés de colocá-la na minha mão, ele a seguirou no ar sem qualquer razão. Somente nessa hora notei, pela primeira vez, que o garoto era cego, que não podia ver o que tinha nas mãos.
Ouvi minha voz sumir, e lágrimas despontaram ao sol enquanto lhe agradecia por escolher a melhor flor daquele jardim.
-“De nada”, ele sorriu.
E então voltou a brincar sem perceber o impacto que teve em meu dia.
Me sentei e pus-me a pensar como ele conseguiu enxergar um homem auto-piedoso sob um velho carvalho. Como ele sabia do meu sofrimento auto indulgente?
Talvez no seu coração ele tenha sido abençoado com a verdadeira visão. Através dos olhos de uma criança cega, finalmente entendi que o problema não era o mundo e sim EU.
E por todos os momentos em que eu mesmo fui cego, agradeci por ver a beleza da vida e apreciei cada segundo que é só meu.
E então levei aquela flor ao meu nariz e senti a fragância de uma bela rosa, e sorri enquanto via aquele garoto, com outra flor em suas mãos, prestes a mudar a vida de um insuspeito senhor de idade.

Publicado no Portal da Família em 24/01/2012

 

DIA DO HISTORIADOR

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Em dezembro de 2009 foi aprovada a lei que institui o Dia Nacional do Historiador, a ser comemorado no dia 19 de agosto. A data foi proposta pelo senador Cristovam Buarque na qual representaria uma homenagem à Joaquim Nabuco (19 de agosto de 1849 – 17 de janeiro de 1910), grande diplomata do Império do Brasil (1822-1889), poeta e historiador. ( O tempo )

Hoje é dia do historiador! Em homenagem a todos os profissionais da área, confira um relato de Carolina Ferro, pesquisadora da Revista de História, sobre o seu início de carreira. Ainda mestranda, em meio às suas caças a arquivos, ela se deparou com um verdadeiro tesouro imperial.
Leia mais:http://www.revistadehistoria.com.br/secao/a-historia-do-historiador/os-dois-corpos-do-imperador (Foto: Fundação Biblioteca Nacional)